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19 de Abril de 2024

CPMF: Por que parlamentares e empresários rejeitam um imposto que não pode ser sonegado?

Quem tem medo da CPMF? Por que têm medo de um imposto direto, que recai sobre quem gasta mais? Por que rejeitam um imposto que não pode ser sonegado?

Publicado por Fátima Miranda
há 9 anos

(Por Emir Sader para a RBA publicado 30/08/2015 10:46, última modificação 30/08/2015 10:50)

Senadores comemoram fim da CPMF em 2007

CPMF Por que parlamentares e empresrios rejeitam um imposto que no pode ser sonegado

Bastou o governo anunciar a intenção de retomar a proposta da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CMPF) para que chovesse uma quantidade de afirmações da disposição de rejeitar a retomada do imposto sobre o cheque. Desde dirigentes do parlamento, que geram novos e exorbitantes gastos do governo, mas querem aparecer demagogicamente, como os que defendem a população contra novos impostos. Passando por grandes empresários, conhecidos pela sonegação de impostos, que querem fazer passar a ideia de que iniciativas como essa dificultariam a retomada dos investimentos. Chegando ao useiros ventríloquos na mídia, com seu discurso pronto contra qualquer iniciativa de democratização tributária.

Por que eles têm medo de um imposto direto, que recai sobre quem gasta mais? Por que rejeitam um imposto que não pode ser sonegado? Por que não aceitam um imposto que retira recursos de quem ganha mais para financiar o mais democrático sistema de saúde pública do mundo?

Porque eles se atendem nos planos privados de saúde. Porque eles sonegam impostos. Porque eles preferem impostos indiretos, em que os pobres e os ricos pagam a mesma quantia.

Se sabia que a reação desses setores seria dura. Sempre foi. O anúncio não foi o mais hábil, porque foi invertida a lógica: primeiro se deveria fazer o que faz o ministro da Saúde: mostrar as necessidades de financiamento do sistema público de saúde. E aí apontar como a CPMF é a forma mais democrática de financiá-lo.

A direita e seus porta-vozes economicistas sempre se valem do isolamento das cifras econômicas do seu sentido social. Mais imposto? Não? Sem mencionar a que necessidade responderia o novo tributo.

Temos que inverter o procedimento: enunciar as necessidades que precisam ser cobertas, explicar como é falso o raciocínio de que se paga excessiva quantidade de impostos no Brasil, explicar o caráter democrático e redistributivo de um imposto como a CPMF, pelo qual quem tem mais transfere recursos para financiar o sistema público de saúde, o SUS, que atende a toda a população.

Não será possível restaurar a CPMF – que foi eliminada pela aliança espúria da direita, do centro e da ultra-esquerda (recordar a cena imoral de Heloísa Helena, então presidente do Psol, comemorando com a direita, a derrota a tentativa do governo de dar continuidade ao imposto que financia o sistema público de saúde) – sem um grande trabalho de convencimento prévio de amplos setores da população e do próprio parlamento.

Mas, ao mesmo tempo, o Sistema Único de Saúde (SUS) será duramente afetado se não conseguirmos essa ou outra via de conseguir os financiamentos que o sistema necessita. Democratizar é desmercantilizar, é colocar na esfera pública o que hoje está na esfera mercantil. Transformar em direito o que hoje é mercadoria.

FONTE: http://www.viomundo.com.br/política/cpmf-por-que-parlamentareseempresarios-rejeitam-um-imposto-que...

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2 Comentários

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Primeiro, tributo em regra não se vincula, maravilhoso seria o Brasil se assim o fosse, esse é um discurso barato "a saúde sofre" o Estado sofre, como se vê no facebook "chora PT", governo tem que ter responsabilidade sob seus atos e não é no aumento de carga tributária a via correcional.
Ademais, se os empresários sonegam impõem-se reforma no sistema tributário afim de se evitar a sonegação, aumento de fiscalização e punição, simples assim. continuar lendo

Só um ser com sérios problemas mentais defenderia o pagamento de mais impostos, talvez porque ache a nossa atual carga tributária baixa (e olha que já arrecadamos mais de 1 trilhão). O problema não está e criar mais imposto, mas em diminuir os gastos exorbitantes do Estado, a máquina estatal está muito pesada e ineficiente, muitos gastos que poderiam ser cortadas e as verbas realocadas para outros setores como a saúde. Porém, o mais fácil é sempre puxar a conta para o lado do contribuinte que já trabalha 04 meses de graça para o pagamentos dos tributos. continuar lendo