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25 de Abril de 2024

Vereadora propõe que custo da prisão seja pago pelo condenado

Publicado por Fátima Miranda
há 8 anos

Vereadora prope que custo da priso seja pago pelo condenado

A Câmara Municipal de Curitiba encaminhou ao Congresso Nacional e à Presidência da República, o requerimento da vereadora Carla Pimentel (PSC) onde ela sugere emenda ao Projeto de Lei do Senado 513/2013, que altera a Lei de Execução Penal (norma 7.210/1984). Registrado no Sistema de Proposições Legislativas com o código 043.00243.2014, o pedido sugere que “as despesas realizadas com a manutenção do condenado” sejam “ressarcidas ao Estado” por ele mesmo.

“Os gastos por apenado no país circulam em torno de R$ 40 mil por ano, enquanto um aluno universitário custa em média R$ 15 mil neste mesmo período”, disse Carla Pimentel. Segundo ela, existe uma “inversão de prioridade” em relação aos investimentos em educação e a má distribuição do dinheiro gasto no sistema prisional.

O preso deve indenizar o Estado “das despesas realizadas com a sua manutenção, mediante desconto da remuneração de seu trabalho”. “A desoneração do Estado e da população com os custos de cada presidiário é a certeza que o cidadão de bem não será vítima do sistema”, diz a parlamentar. Para ela, o objetivo é que o criminoso assuma o “real custo de seus atos”, diminuindo assim os gastos da União.

Leia um dos trechos da proposta:

Disposições Gerais Art. 28. O trabalho do condenado, como dever social e condição de dignidade humana, terá finalidade educativa e produtiva. § 1º Aplicam-se à organização e aos métodos de trabalho as precauções relativas à segurança e à higiene. § 2º O trabalho do preso não está sujeito ao regime da Consolidação das Leis do Trabalho, e admite-se o trabalho em função da produtividade. § 3º (inclusão). Os estabelecimentos penais serão compostos de espaços reservados para atividades laborais. § 4º (inclusão). As empresas contratantes de mão de obra de presos e egressos receberão incentivos fiscais ou de outra natureza desde que se responsabilizem a contratar percentual de egressos conforme regulamentação. § 5º (inclusão). Será incentivada a construção de espaços produtivos, galpões de trabalho ou similares dentro dos estabelecimentos penais por empresas ou instituições parceiras, de forma a garantir incentivos, regulamentar os investimentos na estrutura física dos estabelecimentos penais.

Art. 29 (alteração). O trabalho do preso será remunerado, mediante prévia tabela, com valores nunca inferiores ao salário mínimo.

§ 1º O produto da remuneração pelo trabalho deverá atender:

a) à indenização dos danos causados pelo crime, desde que determinados judicialmente e não reparados por outros meios;

b) à assistência à família;

c) a pequenas despesas pessoais;

d) ao ressarcimento ao Estado das despesas realizadas com a manutenção do condenado, em proporção a ser fixada e sem prejuízo da destinação prevista nas letras anteriores.

e) (inclusão) pagamento da pena de multa. § 2º Ressalvadas outras aplicações legais, será depositada a parte restante para constituição do pecúlio, em Caderneta de Poupança, que será entregue ao condenado quando posto em liberdade. Art. 30. As tarefas executadas como prestação de serviço à comunidade não serão remuneradas.

Clique aqui para conhecer o projeto na íntegra

Fonte: facanacaveira

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Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/noticias/vereadora-propoe-que-custo-da-prisao-seja-pago-pelo-condenado/259214140

186 Comentários

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Há comentadores que leram e não entenderam o que diz o artigo. E não poupam a vereadora de adjetivos poucos nobres.
Segundo o artigo, quem encaminhou a proposta para o Congresso Nacional e para a Presidência da República foi a Câmara de Vereadores de Curitiba. Não foi a própria vereadora. Existe alguma lei que proíbe isso?! Não! Então por qual razão a vereadora estaria sendo tachada de desavisada, de incauta, ou o que o valha? Vamos raciocinar antes de sair dando pontapés por aí, pessoal.
Ainda que o Regimento Interno das Casas do Parlamento não admitam tal medida, ainda resta a Presidência da República, embora todos saibamos que o Planalto jamais abraçará a proposta. Mas resta a hipótese de algum parlamentar encampar a ideia.
Quanto ao mérito da proposta, o que há de errado com ela?
O estigma de ex-presidiário, como disse o senhor Pedro Ganem, é culpa exclusiva do presidiário, não é mesmo? Essa estória de que não tem como pagar é fruto de quem não leu a proposta com cuidado. Ela trata das possibilidades de trabalho do preso, cuja renda ajudará a indenizar as despesas do Estado. Ao menos parte das despesas. continuar lendo

De fato, estão destoando totalmente a postagem, lastimável... continuar lendo

José, eu falo do que eu sei. Implementar isso no Brasil é afundar ainda mais quem está na lama.
Afinal, quem está preso, via de regra, integra as classes mais pobres da sociedade. Com exceção do presídio da papuda, mas ele não conta.
Temos essa mania no Brasil de sempre transferir a responsabilidade do problema para a parte mais fraca da corda.
Cobrar que o Estado dê uma educação de qualidade às pessoas; que diminua a desigualdade social (de verdade e não mascarando dados); que dê opções de trabalhos com remunerações dignas; que diminua a violência; que aplique as verbas nos lugares certos; ...;; isso não. Vamos cobrar do preso, que é resultado de um problema social grave, a sua estadia na prisão.
O Estado faz de tudo pra inserir o cidadão na marginalidade e, mesmo sabendo disso, cobra ele por isso, ao invés de agir de forma a evitar que aconteça.
Em SP, por exemplo, o governador fecha escolas, mas abre presídios (privatizados ainda por cima). Como esperar algo diferente?!
Um grande abraço! continuar lendo

Sr. Pedro Ganem,

Em nenhum momento o Sr. José Cuty, e penso que qualquer dos leitores aqui, disse que não se deve cobrar do Estado pela solução dos problemas relativos à saúde, às desigualdades ou à educação do País, quando sabidamente são causados pela mão do Estado.
Mas deixando isso de lado, você sinceramente está sustentando que o criminoso é vítima do crime que ele cometeu? Que, por exemplo, a culpa é da pessoa que, como integrante da sociedade, fora estuprada, esfolada viva, torturada ou morta?!
Concordo, plenamente que o Estado é o responsável pela marginalização dos integrantes das classes mais pobres, mas ser pobre não é sinônimo de ser criminoso, nem isto resultado lógico daquilo. continuar lendo

Rayan, eu não disse que ele afirmou isso. Minha crítica é relacionada à notícia e ao Estado.

E eu tb não disse que o criminoso é vítima. Ele é, muitas vezes, o resultado do descaso estatal.

Mto menos disse que a culpa é da vítima.

Tampouco afirmei que pobreza é sinônimo de criminalidade.

Mas sem dúvidas a maioria dos presos são pobres.

Desculpe, mas vc não entendeu nada do que eu disse.

Um grande abraço continuar lendo

Como se diria na "Ágora do conhecimento absoluto pós moderno" (também conhecido como Facebook), #maisbeccaria #menosbolsonaro. continuar lendo

desavisada ela é. desavisada de que a constituição veda trabalhos forçados em uma clausula petrea. continuar lendo

Pedro Magalhães Ganem você está coberto de razão. Faço das suas palavras as minhas. A maioria das pessoas tem tanta ignorância política que parece nunca ter lido na vida, infelizmente. São aqueles que compram a opinião alheia por não ter a sua própria, pois não tem conhecimento de muitas coisas. continuar lendo

Bravo!!! Enfim, um projeto digno de respeito. continuar lendo

Só esclarecendo que não existe "Em fim" na língua portuguesa. O certo é "enfim". continuar lendo

Visto a "fauna" de comentaristas que apareceram na notícia após ela sair no boletim "em fim" e "serto" (como outro comentarista postou) são os menores dos nossos problemas que fariam até Beccaria com vergonha de ler. continuar lendo

Parabéns a esta vereadora. continuar lendo

Em fim, alguém olhou para essa questão com uma ótica justa. Parabéns pelo projeto! continuar lendo